Final diferente...
Florinda ficou a olhar o Rapaz de Bronze e,
depois de muito pensar, disse: “Já estou a lembrar-me!Tu disseste-me para eu acreditar
nas coisas que eu visse, mesmo que as outras pessoas dissessem que era mentira.”
O Rapaz
de Bronze virou-se para ela e alertou-a: “Vamos embora daqui, parece que a dona
da casa está à tua procura e eu não posso ser visto a conversar contigo!” A Florinda
despediu-se e foi para casa.
Ao
acordar, antes de ir para a escola, Florinda passou pelo parque para falar com
o Rapaz de Bronze.
– Rapaz de Bronze, sou eu a florinda! – Mas
ele não deu nenhum sinal nenhum de a estar a ouvir. Florinda pensou: “Será
possivel, que estou ficar mais velha e ainda sonho com coisas absurdas como estas?
Só pode ter sido um sonho, a minha mãe nunca me mandaria ir fazer um recado àquela
hora da noite!”
Florinda
foi para a escola.Quando chegou a casa a mãe perguntou-lhe:
– Ontem entregaste os ovos?
– Quais ovos?
– Os
que eu te mandei entregar à cozinheira, ontem à noite! – disse a mãe zangada.
– Então,
fui mesmo levar os ovos?!
– Não, foi o coelhinho da páscoa que pôs uns ovos no
cesto e mandou-te ir levá-los à cozinheira!
– Nunca vi o coelhinho da páscoa! Ele pôe ovos?...
– Pois, nem era para veres, o coelhinho da páscoa só
traz os ovos de chocolate e eu nunca te mandava ir levar ovos de chocolate à
cozinheira. Estás bem, Florinda?
– Estou...mãe, preciso de ir fazer uma coisa!
A Florinda correu até ao parque mas, como
sempre, o Rapaz de Bronze estava imóvel. Florinda queria saber se, de facto,
ele falava e mexia. Fez caretas, fez-lhe cócegas, cantou, dançou, saltou...mas,
depois de tudo, só quando já era noite é que o Rapaz de Bronze se levantou e disse:
– Olá, Florinda, tás boa?
– Sim e não!
– Sim e não, porquê?
– Tu não falas comigo, estás sempre imóvel, sempre na
mesma posição!
– Já te disse que durante o dia sou estátua e só à noite é que sou um rapaz!
A Florinda
pensou que ele devia estar tolinho ou então tinha apanhado demasiado sol...como
é que ele podia ser homem e estátua?
– Florinda, em que é que tanto pensas tu?
– Não acredito, tu não és homem nem estátua, eu devo
estar outra vez a sonhar...
– Então se não acreditas em mim, faz o seguinte: todos
os dias passas aqui no meu jardim, se eu tiver uma rosa no meu colo, pegas nela
e leva-la para casa contigo. Esse é o meu sinal de que penso em ti todos os dias,
sempre que me transformo em Rapaz.
Florinda
ficou calada e nada prometeu.
Assim
passaram muitos anos e a cada nova primavera, Florinda vinha até ao jardim. O
Rapaz de Bronze tinha sempre uma rosa aos seus pés de bronze para Florinda.
Gabriela Lapa , 5º D, nº6
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