segunda-feira, 1 de abril de 2013

A propósito do livro "EstrelaMar e Golfilhote", pela professora Ana Albuquerque


EstrelaMar e Golfilhote, de Rosa Quinteiro, com ilustrações de Carlos Pais

Este livro para crianças, com texto de Rosa Quinteiro e ilustrações de Carlos Pais, levou-me ao universo da minha infância e, sobretudo, ao da infância dos meus dois filhos. Voltei a sentir-me a mãe que lia todas as noites (e tardes e dias e dias e noites e noites…) histórias de encantar para embelezar os sonhos e enriquecer a vida dos seus meninos, ciente de que se eu lhes lesse muito, eles iriam ser grandes leitores e…não me enganei muito (por isso, aqui fica o conselho para todos os pais). Já mais crescidos, liamos a oito olhos na cama grande, uma página cada um, nas manhãs em que nos levantávamos mais tarde, por não precisarmos de ir para a Escola…da vida!
Foi com emoção que vi os dois colegas, a Rosa (que foi professora da minha filha e eu sou do filho dela) e o Carlos (que foi meu aluno) apresentarem, pela primeira vez, o seu livro, na minha escola, a de sempre, não sei se para sempre!
A Rosa contou-nos como este livro nasceu da vontade de criar uma história para o seu filho ainda pequeno, mas nós sabemos que ela tem o bichinho da escrita, escreve muito, também poesia, e ficamos à espera do próximo livro. O Carlos mostrou-nos, a mim e a um auditório cheio de meninos e professores, com um cenário trabalhado a rigor, onde o azul e o amarelo davam as mãos à fantasia, como criou os seus desenhos. Magníficos, aliás! Para mim, sem dúvida, as suas melhores ilustrações, e eu gosto de todas, não só por serem dele, que o elevam ao mais alto patamar da ilustração de histórias para crianças, sem bonecos “infatilizantes”, julgando as crianças despidas de sabedoria… Para quando uma exposição?!
O texto é lindíssimo e muito bem escrito e muito bem ilustrado. Perpassa nele a fantasia e a ingenuidade das crianças e, sem dúvida, a meiguice e a sensibilidade dos dois adultos. Perpassa nele a harmonia que nos eleva. A Estrela que veio do céu à procura da realização do sonho de aventuras desconhecidas, sob a proteção vigilante da mãe, estrela lá no alto; o Golfilhote que encontra a doçura da amizade perene… E o mistério instala-se, a estrela vai ficar para sempre no mar de algas verdes e de anémonas sorridentes? Não mais terá saudades do céu, da mãe, das irmãs estrelas? O Golfilhote e a estrela irão namorar? E onde vão viver? No céu? Mas no céu não há mar….
Só lendo, meus amigos, descobrirão o fascínio da cor, do brilho que só há no interior de cada um de nós quando sonha e é feliz!


      Ana Albuquerque



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