segunda-feira, 31 de março de 2014

Entrevista com a autora do livro: "O caderno do avô Heinrich"

Na Semana da Leitura, no dia 14 de março, a professora bibliotecária e escritora Conceição Tomé esteve no nosso Agrupamento onde realizou duas sessões de encontro com os alunos. Deixamos aqui a entrevista que nos deu no final da sessão realizada na EBFL.

Mara - Na sua infância já gostava de ler e de escrever?
Conceição Tomé - Sim, desde a infância que eu gosto muito de ler e de escrever. Talvez goste mais de ler do que de escrever, mas não sei bem… gosto muito de ambas as coisas.

Mara - O que a inspirou a escrever o livro “ O Caderno do avô Heinrich"?
Conceição Tomé - O que me levou a escrever “ O Caderno do avô Heinrich" foi um texto que encontrei no 2º Volume da Grande Crónica da Segunda Guerra Mundial das Seleções Reader's Digest. A imagem descrita pelo historiador que relatava a evacuação do orfanato de Varsóvia foi o ponto de partida para esta história.

Mara - Porque é que escolheu o tema da Segunda Guerra Mundial?
Conceição Tomé - Como o livro surgiu a partir dessa imagem da evacuação do orfanato, naturalmente sendo este um acontecimento da segunda guerra Mundial, o livro todo fala sobre essa época triste da nossa história.

Mara - Teve que fazer algumas pesquisas para escrever o livro?
Conceição Tomé - A partir dessa imagem da evacuação do orfanato eu tive necessidade de perceber o que se passava no gueto de Varsóvia nessa altura, portanto fiz algumas pesquisas, fiz algumas leitura, uma vez que o livro é baseado em factos verídicos tive que me documentar, naturalmente.

Mara - Qual o momento da história que mais gostou de escrever?
Conceição Tomé - Eu gostei de escrever todo o livro, apesar de algumas partes terem sido dolorosas para mim. Eu gostei de escrever toda a história.

Mara - Escreveu primeiro o livro à mão ou ao computador?
Eu escrevi o livro diretamente no computador.

Mara - Como se sentiu quando soube que tinha ganho o prémio Maria Rosa Colaço?
Conceição Tomé - Muito feliz! Para além de ser um prémio muito reconhecido a nível nacional na área da literatura infantil e juvenil, o júri era composto por pessoas de elevado mérito e, portanto ver o meu trabalho reconhecido foi muito, muito gratificante. Foi um dia muito feliz para mim!

Mara - Como se sentiu quando o viu o seu livro publicado?
Conceição Tomé - Quando o livro foi publicado, senti também uma alegria muito grande porque a partir desse momento eu podia partilhá-lo com os leitores e isso é muito importante para mim. Aliás partilhá-lo com os leitores é para mim motivo de alegria muito maior do que ter ganho o prémio literário.

Mara - Gosta de ler? E que género de livros?
Conceição Tomé - Gosto muito de ler. Eu gosto de ler romances, livros de viagens, livros policiais, livros de poesia…

Mara - Essas leituras servem de inspiração para escrever um novo livro?
Conceição Tomé - Às vezes as histórias surgem assim de leituras que fazemos, de notícias que ouvimos de coisas que vemos na rua e, portanto, quando nós escrevemos convocamos todas essas coisas que nós vivemos.

Mara - O que é que a motiva para a escrita?
Conceição Tomé - No caso concreto deste livro, a partir de uma certa altura, foi a vontade de contribuir também para a memória da humanidade, ou seja em primeiro lugar contar uma história e deixar nela algumas das coisas em que acredito profundamente, nomeadamente a leitura, a solidariedade, a amizade, o poder dos livros e da literatura.

Mara - De onde lhe vem a inspiração para criar as histórias e as personagens?
Conceição Tomé - Como eu disse há pouco, a inspiração vem da leitura que faço, de imagens que vejo, de cenas a que assisto na rua… tudo isso pode ser motivo para inventar uma história.

Mara - Das três obras que já publicou qual é a sua preferida?
Conceição Tomé - Eu gosto de todas as obras que publiquei. Não tenho nenhuma preferida.

Mara - Porque decidiu escrever histórias para crianças e jovens?
Conceição Tomé - As primeiras histórias que escrevi, escrevi-as para os meus filhos quando eram mais pequenos. Foi a pensar neles. O caderno do avô Heinrich escrevi-o assim de um fôlego, porque a história quase que veio ao meu encontro, mas também pensei nos meus filhos, é evidente. Pensei ainda, tal como o avô Heinrich, deixar escritas para os meus filhos um conjunto de coisas em que eu acredito.

Mara - Como se sente quando termina e publica um livro?
Conceição Tomé - Sinto-me muito contente sobretudo com este último livro O caderno do avô Heinrich que foi publicado por uma grande editora que é a Editorial Presença e, deste modo, pode chegar a muitos leitores. Isso é muito importante para mim partilhar o livro com os leitores.

Mara - Está a escrever algum livro? Pode dizer-nos qual?
Conceição Tomé - Não, neste momento estou só a recolher algumas ideias mas não chegam ainda a ser escrita de um livro.

Mara - Que conselho daria a alguém que deseje vir a ser escritor?
Conceição Tomé - O conselho que eu daria a alguém que deseje ser escrito, em primeiro lugar é ler muito e em segundo é ir escrevendo para ir aperfeiçoando as técnicas de escrita.

Mara - O que é que achou da nossa escola e dos nossos alunos?
Conceição Tomé - Gostei muito de estar nesta escola. Gostei muito de ter conhecido todos os alunos que aqui estiveram presentes. Achei que os alunos eram muito interessados e empenhados, para além de serem todos muito simpáticos. Eu não vou esquecer a tarde que passei nesta escola!

Mara - Qual a mensagem que quer deixar aos nossos alunos?
Conceição Tomé - Quero deixar uma mensagem de esperança, que acreditem que o mundo pode ser melhor, mas também uma mensagem de compromisso, esse mundo melhor constrói-se com os nossos gestos de todos os dias. Vocês podem fazer todos os dias o mundo ser melhor ao respeitarem profundamente todos os colegas, lendo muito para serem mais cultos e mais sábios e sendo pessoas cada vez  mais humanas.

Mara - Muito obrigada pela entrevista.
Conceição Tomé - Obrigada eu.

Esta entrevista foi preparada pelos alunos do 6º A, na aula de Português. Foi feita à escritora, no fim da sessão, pela Mara e gravada digitalmente. Foi transcrita pela professora bibliotecária, Isilda Menezes, e pela Assistente Operacional, Elisabete Ferreira. 


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