Na passada terça-feira, dia 16 de outubro, foi lançado o livro “Os Ciganos”,
na Livraria Bertrand Chiado (Lisboa), às 19h, com apresentação de Hélia Correia.
Entre o espólio literário de Sophia de Mello Breyner foi descoberto em 2009 a parte inicial deste conto e a família acredita, pela
observação da caligrafia da autora, que tenha sido escrito em meados da década
de 60. Pedro Sousa Tavares, o neto de Sophia decidiu completá-lo.
A história começa
assim: “Era uma vez uma casa muito arrumada onde morava um rapaz muito
desarrumado. E o rapaz tinha a impressão de que não era feito para morar
naquela casa.” Um dia, “com o coração batendo, saltou o muro”. Descobriu os ciganos. Ainda que uma
voz interior lhe repetisse “foge destes homens”, Ruy seguiu com eles. E é aqui
que Sophia se cala.
Entra o neto, Pedro Sousa Tavares: “Nesse instante, as pernas saltaram-lhe para a frente, como se o
seu corpo fosse agora uma marioneta, obedecendo a alguma força superior. Tropeçou
em cada buraco do caminho. Fez estalar cada galho seco no chão. Por milagre,
ninguém se apercebeu da algazarra (…).” A descrição continua até que o rapaz
se esconda na carroça e siga viagem. O protagonista há-de voltar a casa mais
sábio e habilidoso, assim decidiu o co-autor. As palavras de uma e outro (avó e
neto) são grafadas a cores diferentes, azul para Sophia, preto para Pedro. E este espera que o
livro seja “lido como um todo”. Este livro é ilustrado por Danuta Wojciechowska.
Fonte: in Público (13-10-12)
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