Deixamos algumas sugestões de leitura para os mais crescidos, neste período de férias.
O primeiro livro da trilogia Nebilna.
Um
diabólico príncipe que tem a capacidade de conceder e realizar qualquer
desejo... a um preço muito elevado.
O novo lar dos Carver, numa remota
aldeia da costa sul inglesa, está rodeado de mistério. Respira-se e sente-se a
presença do espírito de Jacob, o filho dos antigos donos, que morreu
afogado.
As estranhas circunstâncias dessa morte só se começam a perceber à
medida que os jovens Max, a irmã Alicia e o amigo Roland vão descobrindo factos
muito perturbadores sobre uma misteriosa personagem de seu nome… o Príncipe da
Neblina.
Uma cidadela cercada pela natureza onde os lobos são
ameaça. Um muro que serve de barreira. Uma sociedade exemplarmente organizada,
anos após um grande desastre. Um governo que sabe que o medo é motor e que
legisla música. Uma fábrica que produz empadas e apronta cremações. Um
microcosmo familiar onde um filho é amarrado a um piano. Um homem dotado da
capacidade de sonhar com aquilo que ainda não aconteceu, mas que é certo ir
acontecer. Uma rebelião que se levanta. Um cavalo que não perde elegância. Um
corvo que gralhará na hora da sorte.
Um Piano para Cavalos Altos
pretende ser uma metáfora de um mundo regido pela ordem, pela disciplina. Uma
premente reflexão sobre o poder: o poder do controlo, o poder da comunicação, o
poder do corpo.
Um acontecimento real - as sucessivas mortes de pessoas
provocadas por ataques de leões numa remota região do norte de Moçambique - é
pretexto para Mia Couto escrever um surpreendente romance. Não tanto sobre leões
e caçadas, mas sobre homens e mulheres vivendo em condições extremas.
A
Confissão da Leoa é bem um romance à altura de Terra Sonâmbula e Jesusalém, já
conhecidos do leitor português.
Luanda, 1975, véspera da Independência. Uma mulher
portuguesa, aterrorizada com a evolução dos acontecimentos, ergue uma parede
separando o seu apartamento do restante edifício - do resto do mundo. Durante
quase trinta anos sobreviverá a custo, como uma náufraga numa ilha deserta,
vendo, em redor, Luanda crescer, exultar, sofrer. Teoria Geral do
Esquecimento é um romance sobre o medo do outro, o absurdo do racismo e da
xenofobia, sobre o amor e a redenção.
Todas as personagens deste livro parecem estar empenhadas
numa confrontação com o Tempo: o tempo dos acontecimentos que viveram ou estão a
viver e o tempo da memória ou da consciência. Mas é como se uma tempestade de
areia se tivesse levantado nas suas clepsidras: o tempo foge e detém-se, gira
sobre si próprio, esconde-se, reaparece a pedir contas. Do passado emergem
estranhos fantasmas, as coisas que antigamente eram incompatíveis agora parecem
harmonizar-se, as versões oficiais e os destinos individuais não coincidem.
Um-ex agente da defunta República Democrática Alemã que durante anos espiou
Bertold Brecht, vagueia sem destino por Berlim até ir ter ao túmulo do escritor
para lhe confiar um segredo. Numa localidade de férias da ex-Jugoslávia, um
oficial italiano da ONU que durante a guerra do Kosovo sofreu as radiações do
urânio empobrecido ensina a uma miúda a arte de ler o futuro nas nuvens. Um
homem que engana a sua solidão contando histórias a si próprio torna-se
protagonista de uma aventura que inventara numa noite de insónia.
Sensível às
convulsões da História recente, Antonio Tabucchi mede-se com o nosso Tempo
«desnorteado», em que se os ponteiros do relógio da nossa consciência parecem
indicar uma hora diferente daquela que vivemos.
Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa
madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta
escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal, mais importante a
história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes,
quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez
duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo
do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu.
Através de episódios
aparentemente autónomos - e tendo como ponto de partida a Revolução de 1974 -,
este romance constrói a história de uma família marcada pelos longos anos de
ditadura, pela repressão política, pela guerra colonial.
Duarte, cuja
infância se desenrola já sob os auspícios de Abril, cresce envolto nessas
memórias alheias - muitas vezes traumáticas, muitas vezes obscuras - que formam
uma espécie de trama onde um qualquer segredo se esconde. Dotado de enorme
talento, pianista precoce e prodigioso, afigura-se como o elemento capaz de
suscitar todas as esperanças. Mas terá a sua arte essa capacidade redentora, ou
revelar-se-á, ela própria, lugar propício a novos e inesperados conflitos?
Serra Morena. Um raio esturrica o casal, em luz e carne. Os filhos ficam órfãos,
com destinos diferentes. Antônio, o menino que não cresce. Nico, o patriarca
engolido por um bule de café. Júlia, a menina em fuga permanente. Um lugar onde
as sombras da terra e da água convivem. Onde a morte e a vida são o mesmo mundo.
Um poema seco à humanidade de cada um de nós.
Uma escrita áspera mas poética,
desenhada com a vertigem das memórias da família Malaquias, e que evolui como
tributo pessoal da autora aos seus antepassados.
Transcendental e mágico,
este romance do insólito revela-se uma leitura para o coração.
Um livro
forte, aclamado, invulgar.
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